5 de marzo de 2010

RECICLAGEM DO VIDRO


O vidro é obtido pela fusão de componentes inorgânicos a altas temperaturas, e resfriamento rápido da massa resultante até um estado rígido, não-cristalino.




O processo de produção do vidro do tipo sodacal utiliza como matérias-primas, basicamente, arreia, barrilha, calcário e feldspato. Um procedimento comum do processo é adicionar-se à mistura das matérias-primas cacos de vidro gerados internamente na fábrica ou adquiridos, reduzindo sensivelmente os custos de produção.



O vidro é um material não-poroso que resiste a temperaturas de até 150°C (vidro comum) sem perda de suas propriedades físicas e químicas. Esse fato faz com que os produtos possam ser reutilizados várias vezes para a mesma finalidade.



A reciclagem de vidro significa enviar ao produtos de embalagens o vidro usado para que este seja reutilizado como matéria-prima para a produção de novas embalagens.



O vidro é 100% reciclável, não ocorrendo perda de material durante o processo de fusão. Para cada tonelada de caco de vidro limpo, obtém-se uma tonelada de vidro novo. Além disso, cerca de 1,2 tonelada de matéria-prima deixa de ser consumida.



Além da redução do consumo de matérias-primas retiradas da natureza, a adição do caco à mistura reduz o tempo de fusão na fabricação do vidro, tendo como conseqüência uma redução significativa no consumo energético de produção. Também proporciona a redução de custos de limpeza urbana e diminuição do volume do lixo em aterros sanitários.



Fonte: www.compam.com.br

Martha Alegria - Sócia Fundadora da INCANDESCENTE - Tecnica da Arte do Fusing

27 de febrero de 2010

Incandescente e Social Team Parceiras Sociais

SOCIAL TEAM E A ONG INCANDESCENTE fazem parceria


Social Team Organização que trabalha a nível Mundial e a Ong Incandescente trabalharam na formação da equipe de profissionais do fusing, que serão responsáveis pela execução dos projetos de inclusão social através da reciclagem de vidro, e da aplicação de técnicas especificas que buscam facilitar ao máximo a realização do projeto A ARTE RECICLADA EM VIDRO, nas comunidades menos favorecidas economicamente, com o objetivo de ampliar o horizonte de oportunidades nessas comunidades tanto na área profissional quanto na cultural, através de alianças estratégicas com órgãos públicos, ONG’s e empresas privadas.

Ao lado temos algumas fotos de trabalhos feitos com reciclagem de vidros.


































Javier Amaral, um dos fundadores da ONG Incandescente, participou com a Social Team na criação do Projeto Instituto Ronaldinho Gaúcho.



Prefeitura de Bagé garante importante investimento para o município e cidades da região.

Dudu garante mais de R$ 200 mil para a elaboração do Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos na Região


Ontem, na Capital Federal, o Prefeito Luís Eduardo Colombo garantiu mais um importante investimento para o município de Bagé e cidades da região. O chefe do executivo assinou o temo de convênio entre a prefeitura e o Ministério do Meio Ambiente, para a elaboração do Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos da Região.

A partir deste ato, a cidade vai receber um total de R$ 218.000,00, somadas a liberação de recursos do MMA e a contra-partida municipal, que serão destinados para a confecção de um diagnóstico que vai apontar a realidade da produção de lixo de Bagé e região.

“Este ato representa mais um passo que nos eleva, enquanto município, a um patamar de responsabilidade social e ambiental muito grande. A construção deste plano nos dá boas perspectivas no que diz respeito a questões ambientais e de desenvolvimento sustentável. São avanços que farão a diferença num futuro muito próximo”, registrou o Prefeito Dudu.

Acompanhado pelo Secretário Municipal de Meio Ambiente, Alexandre Melo, o Prefeito Dudu destacou que Bagé já está em processo avançado em termos de gestão integrada, já que no fim do ano passado trabalhou para a criação do Consórcio Intermunicipal de Resíduos Sólidos, onde estão reunidos nove municípios da região.

Neste sentido, o secretário Alexandre Melo explica que um dos primeiros objetivos do consórcio, que elegeu o prefeito de Bagé como presidente, era justamente conquistar recursos junto ao MMA, no sentido de começar a executar um amplo estudo sobre a produção de lixo em todos os municípios envolvidos. “Já está definido que Bagé será a cidade que vai receber o lixo de toda a região. Agora, este plano que será elaborado a partir destes recursos vai apontar os problemas atuais de cada cidade e também as soluções possíveis”, explicou Melo.

O secretário falou, por exemplo, que a partir deste diagnóstico medidas de sustentabilidade através da reciclagem poderão ser implantadas. “O plano poderá perceber em cada cidade a necessidade de se criar uma usina de triagem, no sentido de diminuir o volume de lixo e, ainda, promover um sistema de trabalho alternativo envolvendo o serviço de catadores”, exemplificou.

O termo de convênio estabelece um prazo de doze meses para a elaboração do diagnóstico, com a contratação de uma empresa especializada no assunto, além da promoção de capacitações acerca do tema. “Nossa meta é trabalhar para que este processo seja concluído em seis meses”, vislumbrou Melo.

Secretarias apresentam projeto de reaproveitamento de resíduos de vidro


Secretarias apresentam projeto de reaproveitamento de resíduos de vidro

Nesta sexta-feira (04) o secretário municipal de Meio Ambiente, Alexandre Melo, assinou um termo em que aprova o projeto de aproveitamento de resíduos de vidro.
O projeto que tem por tema “Arte reciclada em vidros”, visa realizar um trabalho de reaproveitamento do material através da confecção de objetos artesanais.
Para tanto, 42 famílias da Associação dos Separadores de Material Reciclável Rainha da Fronteira (Asmar) e 200 participantes do Programa Cidadão Bageense (Prociba), receberão capacitação para aprender a técnica Fusing, que possibilita a produção destes materiais. A ONG Em Rede, apoia o projeto disponibilizando espaço para a exposição dos produtos elaborados.
Segundo o secretário de Meio Ambiente, estes resíduos serão armazenados em um local próprio no aterro sanitário, após a conclusão da obra do galpão. Estima-se que cerca de 15 toneladas de vidros poderão ser reciclados mensalmente. Para a execução deste projeto, está sendo aguardada a liberação de recursos por parte de Governo Federal, para a compra de equipamentos e pagar a capacitação oferecida.
Da reunião desta sexta-feira participaram o secretário de Meio Ambiente, Alexandre Melo; o chefe de gabinete da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Iran Pas; o representante da Organização Não Governamental Incandescente, Leandro da Silveira; e o presidente da Asmar, Rodrigo Lima Etcheverria.







04/12/2009 19:18:00













© 2008 Prefeitura Municipal de Bagé

TINTAS ECOLOGICAS

Tintas ecológicas


O que são tintas ecológicas ?

São tintas formuladas com matérias-primas naturais, sem componentes sintéticos ou insumos derivados de petróleo. Existem normas internacionais para pinturas ecológicas que determinam, por exemplo, que a quantidade de compostos orgânicos voláteis (COVs), que são substâncias derivadas do petróleo, não exceda 0,1% do volume total.

Quais os tipos de tintas ecológicas existentes ?

As tintas ecológicas podem ser de três tipos: minerais, vegetais e com insumos animais (como a caseína, que é um ligante extraído do leite da vaca). Para ser classificada como ecológica, a tinta deve ter seu ciclo de vida avaliado, incluindo dispêndio energético, uso, consumo de água, efluentes gerados, embalagens, descarte e reciclagem de materiais e insumos. A quantidade de solventes e produtos de limpeza que se gastam dentro da fábrica para limpar os próprios recipientes em que se produzem as tintas é levado em conta para se certificar uma tinta como ecológica. E, a rigor, hoje se sabe que só existe um solvente de tipo ecológico: a água.

Pode dar um exemplo de uma pintura mais natural ao alcance de todos ?

Uma pintura a cal é um exemplo. Ela é praticamente natural, pois só teve a ação do fogo modificando a rocha original (carbonato de cálcio que, após ser queimado à temperatura de 1.200º C, torna-se óxido de cálcio. Depois, pela ação da água, transforma-se em hidróxido de cálcio e gradativamente volta à condição original da rocha). A cal é uma das mais antigas pinturas conhecidas na humanidade. É naturalmente fungicida, sem algicidas ou insumos tóxicos biocidas, e permite a difusão do vapor d'água (ou respiração') da parede. Ocorre que, por ser originariamente barata e de fácil aplicação, ela teve sua imagem literalmente destruída pelo mercado ávido em impingir produtos de tecnologia mais cara. Realmente, ela tem seus problemas baixa viscosidade, portanto, escorre e respinga durante a aplicação, apresenta aspecto de "manchado" em dias de chuva, etc. Mas isso pode ser facilmente corrigido tanto em processos artesanais como industriais, sem anular a qualidade ambiental do produto.

O que são tintas Free VOC ou Sem COVs?...

Free Voc (Free Volatile Organic Compounds) é a sigla usada no exterior para pinturas sintéticas livres de compostos orgânicos voláteis (COVs), que são um dos principais problemas das tintas à base de derivados de petróleo. As tintas com VOCs são aquelas que liberam hidrocarbonetos aromáticos, que agridem a camada de ozônio e prejudicam a saúde de quem as manipula e o ambiente onde são aplicadas. Na Europa, as empresas que fabricam tintas colocam uma etiqueta ou rótulo indicando na embalagem que a tinta que vendem está isenta destas substâncias.

Estas tintas Free VOC são ecológicas?

Na maior parte das vezes, não. São tintas sintéticas que não eliminam substâncias voláteis no ambiente onde foram aplicadas. São um mal menor, mas continuam plastificando a parede, impedindo sua respiração e a transpiração do vapor d'água. Qualquer tinta ecológica que se preze deve estar isenta de COVs, além de não contar com pigmentos à base de metais pesados, fungicidas sintéticos e não conter derivados de petróleo.

Produtos à base de água são ecológicos?

Na maior parte das vezes, não. São apenas produtos sintéticos solúveis em água, o que é bem melhor do que ser à base de solvente. Daí a dizer que são livres de COVs ou "ecológicos",há uma grande distância. Muitas empresas aproveitam-se por terem um produto à base de água para caracterizá-lo como ecológico. No entanto, nestes produtos à base de água podem ser encontradas substâncias químicas como benzeno, tolueno, xileno, etanol, metanol, octano, decano, undecano, éteres de glicol, policlorobifenil, dibutil fltalato, octoato de chumbo, dentre outros. No Brasil, as pinturas à base de água (acrílicas, etc.), contêm em torno de 2% de compostos voláteis. As normas para tintas naturais com selo verde na Europa especificam teores de 0,1%.Há portanto uma grande diferença. É certo que uma pintura à base de água sempre será menos tóxica do que uma à base de solventes. Mas nem por isso ela é ecológica.

O que são pinturas minerais?

São pinturas feitas a partir de rochas minerais naturais finamente moídas (micronizadas) e transformadas por calcinação (queima). Existem dois tipos delas: à base de silicato de potássio e à base de cal. Sua aderência à parede ocorre pelo processo de cimentação e pela formação de cristais em contato com a superfície aplicada. Elas não são plastificantes. Por isso, é absurdo desejar que uma pintura de tipo mineral forme uma película como numa pintura plastificante, caso das tintas acrílicas, látex e PVA. Estas tintas são as melhores quanto à saúde do morador e das habitações, pois permitem que ocorra a difusão do vapor d'água (que a parede respire) e, como são alcalinas, não permitem que fungos e microrganismos se instalem na casa. Além disso, dão vida às edificações, ao contrário das tintas sintéticas (PVAs, acrílicas, etc.), que não são mais do que plásticos. É importante salientar, contudo, que uma parede selada com massa corrida não irá voltar a respirar com uma pintura mineral.

Então não vale a pena usar uma pintura ecológica sobre uma parede que não respira?

Sim, vale. Pelo menos, não se estará usando uma tinta que emitirá COVs e que poderá demorar até 1 ano para eliminar todos seus elementos voláteis do ambiente. Com certeza a casa ficará mais saudável.

E como fazer para ter uma parede que respira?

Primeiro, precisamos entender o que é "uma parede que respira".Trata-se de uma superfície que tem um bom coeficiente de difusão ao vapor d'água. Uma parede com massa corrida PVA não tem isso. Ela está selada. Portanto, a solução é começar da base: identificar um bom material de fechamento de parede (blocos, tijolos, etc.), até usar rebocos com argamassas respirantes. Um exemplo clássico de argamassa respirante, que o mercado está tratando de eliminar em nome de um suposto "melhor acabamento" e maior praticidade na aplicação, é a massa fina à base de cal.

O que será que vale mais à pena? Paredes saudáveis ou uma parede lisinha, que retém umidade e pode ser um fator a mais para uma habitação enferma?

De toda forma, já há hoje, também, massas corridas do tipo mineral, que permitem a difusão ao vapor d'água e são compatíveis com pinturas minerais.

Tintas do tipo mineral servem para paredes que receberam aplicação de gesso, massa corrida ou massa acrílica?

Não. Tintas de base mineral necessitam de uma superfície com alguma rugosidade e porosidade para uma boa ancoragem. Isso porque estas tintas são do tipo cimentício, isto é, endurecem sobre a superfície e não formam película, caso das tintas sintéticas, que plastificam a parede. Por isso, não é muito sensato querer que uma pintura a cal reaja como uma tinta acrílica. A cal não é um plástico, portanto, não adianta querer que a superfície fique lisa. Para que isso acontecesse, teríamos de lançar mão de alguma resina, que "enveloparia" a cal, eliminando seus benefícios e a respiração da parede. Se se usa cola branca com cal como muita gente costuma fazer- a pintura perde todos os seus benefícios e acaba funcionando apenas como carga mineral, isto é, um "recheio" para fazer volume na tinta e dar alguma cobertura.

Em que tipo de superfície devemos aplicar tintas minerais?

As tintas a silicato podem ser aplicadas em paredes com massa corrida comum. Mas por uma questão de coerência ambiental, ou seja, com o objetivo de se criar um ambiente saudável, o melhor é aplicar uma massa corrida da mesma origem da tinta, que pode ser à base de silicato ou cal. Também podem-se aplicar tintas minerais em paredes de cimento desempenado, com massa fina aplicada ou em paredes de terra, de tijolinho comum ou à vista ou solo-cimento. A massa fina é uma ótima opção e pode ser comprada pronta ou pode ser feita na obra, com cal e areia fina.

Quanto aos produtos convencionais de mercado, quais as opções menos agressivas à saúde humana e ao meio ambiente?

No caso de não haver um produto realmente ecológico, a opção deve ser por produtos à base de água. É sempre melhor (ou menos pior) usar um produto à base de água do que um produto à base de solventes aromáticos. E isso vale não só para tintas, mas para resinas, colas, impermeabilizantes, epóxis e todos os tipos de revestimentos. Se não puder, por qualquer motivo, escolher uma opção realmente ecológica, prefira sempre um produto de menor impacto sobre o meio ambiente e sua saúde, que são os produtos à base de água.

Quais são os tipos de produtos que o IDHEA tem para criar um ambiente mais saudável?

O IDHEA conta com uma linha de ecoprodutos próprios e dispõe de outros, de empresas parceiras, representados pelo Instituto. No próprio site, na área de Ecoprodutos, o internauta ou consulente tem informações sobre os materiais de que dispomos e os benefícios que seu uso acarreta.

24 de febrero de 2010

Música Independente – A nova era dos festivais via Lei Rouanet

Com o surgimento das tecnologias digitais (softwares, mp3, 4 e 5; Youtube; Myspace, etc), que tornaram possível o barateamento da produção e divulgação da música e outros meios, uma nova realidade começou a ser construída a partir de 2001. Novas bandas obtiveram visibilidade e, na esteira dessa democratização, grandes Festivais de Música Independente começaram a ser realizados de norte a sul do país. Essa ação da cultura alternativa, que teceu uma nova rede de produção e desenvolvimento cultural, acaba de ser contemplada com o patrocínio da Petrobrás de R$ 2.500.000, através da Lei Rouanet.

Fabrício Nobre, presidente da Abrafin – Associação Brasileira de Festivais Independentes, criada em dezembro de 2005 com o apoio do Sebrae (GO) e do Ministério do Trabalho através do SENAES (Secretaria Nacional da Economia Solidária), explica como se deu o processo: “Conseguimos esse patrocínio via edital público, num concurso público entre todos os tipos de festivais de música independente no país. O MinC, IMS e Petrobras reconheceram os festivais independentes de música como fato transformador do cenário da música brasileira, um verdadeiro espaço para nossos artistas e para tradições às vezes esquecidas pela música de mercado”.

Nobre acredita que essa conquista prova que o mercado alternativo movimenta a produção, tem público crescente, gera postos de trabalho, descentraliza a produção e realização e constrói um novo circuito, ou novo paradigma. “O patrocínio vai favorecer festivais como Abril Pro Rock (PE), Bananada (GO), Goiânia Noise Festival (GO), Do Sol (RN), Porão do Rock (DF), Demo Sul (PR), MADA (RN), Ruído (RJ), Eletronika (MG), Senhor Festival (DF), Calango (MT), Grito Rock (MT), BoomBahia (BA), Evidente (RJ), Jambolada (MG) e Varadouro (AC)”, explica Fabrício.

Esses Festivais são uma alternativa para romper com os vícios e manipulações da indústria fonográfica como o jabá, a trilha da novela e a MTV, como já se tentou no passado, mas nunca com tanto sucesso. Através deles grupos como Móveis Colonias de Acajú; Ecos Falsos; Macaco Bong; Violins; Cooper Cabras e tantos outros podem mostrar seus trabalhos e obter visibilidade nacional. Especialmente porque, existe também uma mídia alternativa mostrando esses pólos de cultura.

Eras de festivais

Ao recordar a história dos festivais no Brasil, é preciso dividí-la, pois sempre existiram os eventos comandados pelo mainstreain e os alternativos. Os festivais apoiados por gravadoras surgiram através da extinta TV Excelsior paulista - em 1965 - e prosseguiram com a produção da TV Record – de 1966 até 1968 - em seu período de grande audiência, quando apareceram artistas como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Os Mutantes, por exemplo. Grandes festivais foram produzidos pela TV Rio – 1966 - e prosseguiram até sua extinção nos anos 80, com as suas transmissões geradas pela TV Globo – de 1966 até 1985. O Festival de Águas Claras - SP que foi realizado em 1975, 1981, 1984 e 1985 – foi considerado o Woodstock brasileiro e projetou artistas do porte de Raul Seixas; Amir Sater; Walter Franco; Jorge Mautner; Tutti Frutti, entre outros. Em 1980 a TV Cultura de São Paulo revelou o saudoso Itamar Assumpção; Arrigo Barnabé e as cantoras Suzana Salles e Tete Espindôla em seu Festival Universitário. Esses dois últimos (Águas Claras e da TV Cultura) tinham um cunho alternativo e de contra cultura.

Num país onde a cultura ainda não faz parte do desenho de políticas públicas em 42,1% dos municípios e apenas 4,2% dos municípios contam com secretarias exclusivas de cultura, o patrocínio deve impulsionar não apenas a música, mas outras manifestações culturais que acontecem durante os festivais. Fabrício é enfático ao afirmar que os festivais não são apenas festinhas de fim de semana. “Existe todo um cenário local e nacional em volta: música, desenhistas, videomakers, engenheiros de som, pintores, poetas e cartunistas”.

O presidente da Associação lembra que, no Goiânia Noise Festival - www.goianianoisefestival.com.br - fora toda a parte de música, que envolve bandas, diferentes selos, produtores e técnicos, existe um grande incentivo a outras manifestações artísticas. “Este ano, estamos trabalhando com o cartunista Galvão (vidabesta.com) e o nitrocorpz(.com), um grupo de designers que está fazendo o site e as peças gráficas. Vamos fazer uma mostra de designers e também vai ser produzida uma mostra de video independente, que é fruto da TRASH (Mostra Goiana de Vídeo Independente) que acontece anualmente. E ainda stands de camisetas de produção local e nacional, lojas de livros com escritores ligados à cena, fotógrafos e a produção de um documentário do Festival. São infinitas as possibilidades!”.

Mas, em termos de mudanças estruturais, como o patrocínio da Lei Rouanet altera os Festivais na questão de organização, logística, caches, divulgação, etc? De acordo com o presidente da Abrafin “os contemplados com certeza vão ter uma estrutura mais complexa e pagar melhor os envolvidos. Pela primeira vez vamos conseguir ajuda de custo para todas as bandas no Goiânia Noise, por exemplo. Além de melhores acomodações, melhor equipamento, talvez shows maiores, com preços mais justos, intercâmbio internacional, etc. É bem possível que outros festivais sejam criados na expectativa da realização com um suporte maior. Tenho certeza que essa ação piloto da Petrobrás vai gerar otimos frutos para todos, e tudo indica uma continuidade”.

Bem diferente do cenário inicial, quando os formadores deste circuito, antes de tudo realizadores, trabalhadores da cultura, se viravam como podiam, conta Fabrício, e diz mais: “Sempre trabalhamos duro com pouco. Mesmo os que trabalham com música erudita ou folclórica. Realizações de shows, produção de música, discos, conteúdo, tudo independente sem suporte institucional ou financeiro. Fazemos parte da verdadeira rede de cultura alternativa. Agora, com mais reconhecimento de mídia, dos governos e até de empresas privadas. As coisas têm melhorado. Está tudo em desenvolvimento, estamos chegando a um bom momento”.

Bom Momento

A Petrobras está investindo R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais) e a Cervejaria Sol mais 500 mil. Os governos estaduais também têm se interessado por ações do tipo. O público cresce a cada dia. Devagar, mas cresce. A Abrafin reúne desde festivais com mais 10 anos de realização a eventos iniciantes. Juntos, estes festivais reúnem cerca de 300 mil pessoas e movimentam uma quantia superior a 5 milhões de reais por ano, além de gerar pelo menos 5.000 empregos fixos e outros temporários, em 26 festivais, que devem chegar a 30 até o final do ano.

“A Abrafin está fazendo um estudo junto com a SENAES – MTE para levantar todos os números com exatidão e teremos isso até o final de 2008”, diz Fabrício Nobre. Preocupado com a perenidade e a consolidação dos Festivais de Música Independente como polos de geração de cultura alternativa, Fabrício se mostra bem focado para o futuro: “Temos que nos organizar associativamente para poder mostrar articulação e volume, temos trabalhadores como em qualquer outro tipo de indústria, só que ainda não poluímos. Proporcionamos conhecimento, diversão, aumento de autoestima para todos. Movimentamos muito dinheiro e temos pouco incentivo, tá na hora disso mudar. Vamos levantar números e nos mostrar para os governos, ministérios e etc. Mostrar que vale a pena o investimento em cultura alternativa, música independente. Que isso traz benefícios às cidades, as pessoas, ao país. Ficar chorando ou reclamando não é política da Abrafin, nossa politica é realização, produção, e mostrar o que somos capazes com um pouco mais de suporte”, conclui.



Fonte: Dum De Lucca - 100canais. Publicado no portal Cultura e Mercado